...Mas, pode chamar de Fê =)


Ontem, me pediram pra escrever um texto sobre "Quem sou eu" - eterno clichê, pensei.
Depois de terminar o texto, me chamaram e perguntaram se eu havia copiado o texto de algum lugar (?) - dá mesmo pra copiar o "Quem sou eu" de alguém? Aí não seria mais eu, seria o outro, não é?
Resposta clara pra pergunta idiota - óbvio que eu escrevi o que eu sou, o que sinto, e como é minha vida, qual a surpresa? Sou um livro aberto, me pergunte e te direi quem sou, na boa.

Como algumas pessoas são eternamente curiosas pela vida alheia, vou escrever aqui um breve resumo do texto de ontem. (se eu lembrar exatamente, se não, vale o improviso)

" Não bebo, não fumo, não uso drogas. Não sei dançar, rebolar, dar cambalhota, e nem andar de salto. Não sou hippie, brega, paty, skatista, nem funkeira. Moro com 2 amigas, sou assistente de marketing, faço italiano, espanhol, inglês e Produção Publicitária. Meu fígado tem 65% de falência, então, se você quiser troco meu coração por um fígado novo (e não, não foi por motivos alcoólicos). Minha mãe morreu quando eu ainda era criança, e desde então, aprendi a enfrentar o mundo, sozinha. Meu pai é um eterno adolescente, nunca guardou dinheiro, sempre cheio de mulheres, jogos e bebidas. Meus irmãos, bom, meus irmãos são 3 pessoas totalmente diferentes, com participações e espaços diferentes na minha vida.

Nunca tive vida de princesa, e por não ter, nunca senti falta de nada, meus poucos sempre me bastaram. Sempre fui intensa, e tal intensidade não me permitia olhar muito além do que eu pudesse realmente ser, tinha uma única amiga, e nela depositava todos os meus sentimentos. Eu era Feliz.
Mas, Deus achou que minha amiga merecia um lugar melhor, e ela morreu. Fiquei sem ninguém, sem esperanças, sem amor, sem desejos. Me tornei breve, não estendia conversas, relacionamentos, sentimentos. Perdi a visão do espaço, de separações. Meu pai casado com uma mulher quase da mesma idade que eu, minha irmã prestes a casar com o homem da vida dela, meus irmãos? não lembro onde eles estavam. E eu? Sobrei, eu era o resto, parte daquilo que eu nem sabia o que realmente era.

Decidi mudar, tentar ser melhor, mostrar pro mundo que eu era alguém especial, sim.
Então, fui atrás de todos os "Nãos" da vida, com força, determinação e a certeza de um futuro bom.
Conheci pessoas boas, outras não tão boas. No começo eu tinha uma certa ingenuidade de achar que todos tinham uma alma boa, e um coração puro. Quebrei muuuito a cara, mas aprendi a selecionar meus diamantes. Conheci o amor da minha vida, mas ele não pensa o mesmo, então, talvez eu nem o tenha conhecido realmente. Cheguei em São Paulo sozinha, com cara e coragem, e fui procurar emprego, casa, estabilidade. Primeiro emprego aqui, e logo em uma clínica de estética, pessimismo surgiu, jamais seria contratada, afinal, sempre fui meio gordinha. Mas me provaram que a minha competencia não se mede pelo meu corpo, e que sou inteligente e apta para atuar na área, consegui o emprego. Salário bom, a estabilidade que eu precisava. Conviver com modelos não era fácil, mas ninguém disse que seria, não é?

Arrumei um lugarzinho pra morar, um pensionato, super bacana. Várias meninas, de vários lugares diferentes. Nunca tive apoio, não tive um pai que me dissesse: "Vai que eu te ajudo, banco, sustento", a decisão era minha, e a obrigação também. Ninguém me disse:" Vai lá, escolhe o curso que vou pagar sua faculdade" ou " Escolhe o País que banco seu intercambio" , não, nunca tive essas opções, aprendi que sempre seria eu, comigo mesma. Acho muito fácil vencer na vida, quando seu pai paga a faculdade, enche o tanque do carro que te deu de presente de 18 anos, e está ali sempre que você quiser ir pra balada e não tiver dinheiro, é muito fácil. Não tive essa regalias, faculdade na minha vida só surgiu agora, que eu pago minha, cursos? eu pago todos. Nunca passei fome, mas tive que enfrentar ônibus e trens lotados todos os dias de manhã, e ir atrás do que eu precisava, por que nada, nunca bateu na minha porta.

Dizem, que a culpa pela marginalidade é o passado de cada um. Não concordo!
O Passado não é culpado por falta de carater, isso não se aprende, se nasce. Não tive uma vida boa, mas isso não foi motivo pra eu descontar nas pessoas a minha sorte de nascer pobre e no interior. Tudo de ruim que eu passei na vida deu dimensão pra tudo que sou hoje. Pago minhas contas, sou independente, inteligente, estudada, bilingue, uso roupas de marca, perfume importada e tenho tudo que quero, e conquisto tudo com o suor do meu rosto,e minha perseverança de nunca desistir. Por que hoje eu sou uma grande mulher, pagando apartamento, cursos, minha vida. Não devo nada pra ninguém, não peço e não preciso.

Se hoje eu sou uma pessoa digna, devo isso a mim mesma, que aprendi a ir atrás de todos os "nãos" da minha vida, por isso continuo assim, bonita, feliz, independente, inteligente, na lua, na luta. E tenho orgulho de tudo que eu sou, e do que ainda serei. Ando de mãos dadas comigo mesma, não me deixo cair, e se cair, eu mesma me ajudo a levantar. Egoismo? não não, AMOR PRÓPRIO".

Tenho 20 anos, sei o que sou, e aonde quero chegar....

... essa é minha vida, essa sou eu!

Um comentário:

  1. poxa vida eu so sei me arrepiar ao ler seus textos! vc eh um grande exemplo d epessoa, de mulher, de tudo! tenho ctza que vc ainda vai vencer muito mais na vida, Deus olha muito por ti. e eu to aqui, longe, mas sempre torcendo por vc! Beijos com carinho.

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